09 agosto 2011

Modelo econômico exige uma nova governança

Desafio para nova economia passa pela instituição de uma sociedade justa e sustentável

Frente à atual crise, debatedores da mesa-redonda “Governança na nova economia”, realizada no primeiro dia da Conferência Ethos 2011, apontaram que, para se instituir um novo modelo econômico, é preciso promover as condições para que todos os agentes da sociedade possam ter acesso aos processos de tomada de decisão e gestão do desenvolvimento, em especial com base na sustentabilidade.

Diante deste cenário, há mais questionamentos do que respostas. Para Oded Grajew, presidente emérito do Instituto Ethos, os desafios de uma nova economia perpassam pela reversão da desigualdade e estruturação das bases para uma sociedade justa e sustentável. “As prioridades dos tomadores de decisões não refletem os anseios da sociedade”, disse.

Gilberto Carvalho: “Precisamos ampliar as formas de participação neste novo modelo democrático” | Foto por Márcio Bulhões

Governança se refere ao conjunto de iniciativas, regras, instâncias e processos que permitem às pessoas, por meio de suas comunidades e organizações, exercerem o controle social, público e transparente, das estruturas estatais e das políticas públicas, com vistas a atingir interesses comuns.

Ao falar da importância e do papel da sociedade na instituição de uma nova governança, o ministro chefe da Secretaria Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, afirma que “é preciso dar cidadania àqueles que não tiveram no passado os seus direitos básicos”.

Para validar sua explanação, Carvalho citou a realização de 73 conferências nacionais, instrumentos de debate com a sociedade para a fomentação de políticas públicas. “O envolvimento da sociedade com as instâncias, processos e ferramentas de planejamento, gestão e tomada de decisões, nas mais diversas esferas, passa pela fomentação de políticas públicas de inclusão e diálogo social”, afirma o ministro.

Segundo Odilon Faccio, diretor do Instituto Primeiro Plano, o “Estado possui o papel de induzir e legitimar os anseios da sociedade no processo de consolidação da nova governança e de uma nova economia”.

Desafios

Adotar mudanças estruturais, ações e políticas públicas que reflitam os interesses da sociedade são os principais desafios da nova economia. Durante o debate sobre a nova governança, questões como transparência, equidade, prestação de contas e responsabilidade corporativa foram citadas como elementos estruturais para a consolidação de uma economia que considere os anseios da sociedade.

“Uma nova economia é uma construção social integrada com intenções já definidas”, afirmou Aron Belinky, coordenador de Processos Internacionais do Instituto Vitae Civilis, ao falar que não é possível desatrelar a questão econômica da governança. Para ele, é preciso enxergar na crise a oportunidade de reconstruir um modelo econômico que não cometa os erros do passado.

O grande desafio da economia verde é promover um sistema que esteja baseado nas necessidades humanas e não no acumulo de riquezas e lucros. “É necessário pressionar os governos e as empresas, bem como pressionar a sociedade para que sejamos consumidores conscientes e responsáveis”, destacou Chico Whitaker, membro da Comissão Brasileira de Justiça e Paz.

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