Nestes seis anos as pautas ambientais vêm ganhando cada vez mais repercussão no cenário jornalístico. A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, a ser realizada em junho de 2012, reacendeu no país o tema nas editorias dos grandes veículos e fortaleceu as pautas ambientais nos veículos especializados. A pauta ambiental saiu do nicho natureza ou simples denúncia para incorporar a necessidade de um novo processo civilizatório, de uma nova governança, onde os paradigmas de produção e consumo são questionados.

A Rio+20 pode ser palco da consolidação de uma nova agenda global, quando devem ser assumidos compromissos e diretrizes em torno de um novo padrão da relação entre desenvolvimento e meio ambiente. A Conferência, que conta com três grandes temas para discussão: economia verde, redução da pobreza e governança do desenvolvimento sustentável, terá ainda eventos paralelos que devem ser aproveitados pela imprensa como fontes de diversas pautas socioambientais.

Os desafios instituídos hoje no mundo, melhor evidenciados após a eclosão da crise imobiliária nos EUA, a partir de 2007, colocaram o modelo de governança e econômico em xeque. Considerando, ainda, a crise socioambiental vigente, é consenso por parte de alguns governos, em especial do governo brasileiro.

É nesse cenário que os jornalistas têm de sair de suas zonas de conforto para uma atuação mais coerente com os temas em questão, onde não basta exercer a crítica ao modelo, mas é necessário buscar alternativas, caminhos que possam garantir a qualidade de vida para mais de sete bilhões de seres humanos. Ou seja, que soluções existem? Que desenvolvimento queremos? Quais são os desafios da economia verde?

O 4º CBJA tem, entre outros objetivos, o de consolidar um modelo de jornalismo ambiental composto por profissionais capazes de ler balanços financeiros e balanços sociais. Gente com capacidade de compreender a cientificidade das mudanças climáticas e, ao mesmo tempo, construir pautas que mostrem de forma sistêmica os processos de desenvolvimento locais.

Estes profissionais devem ser capazes de trabalhar os conceitos do desenvolvimento em todas as suas vertentes e construir as pontes necessárias com as políticas públicas de educação, saúde, urbanismo e todos os ordenamentos que permitem à humanidade seguir em frente no processo de organização da sociedade.

Essa é mais uma oportunidade para debater a construção de pautas que contribuam para o desenvolvimento em suas vertentes de sustentabilidade. De 2005 para cá, não mudou apenas a maneira de fazer jornalismo, mas também as ferramentas utilizadas para a disseminação de informações e as inter-relações sobre as mais diversas temáticas.

O 4º CBJA será realizado na PUC/RJ entre os dias 17 e 19 de novembro.
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