04 novembro 2011

Samsung leva escola com internet e energia solar à África

A Samsung criou uma escola móvel movida a energia solar para comunidades da África do Sul. O primeiro modelo está em funcionamento na sede da empresa sul-coreana na cidade de Boksburg, no país africano. A iniciativa levará acesso à educação e internet.

Ao levar esta tecnologia às comunidades africanas, a empresa de produtos eletrônicos deu um passo para facilitar o acesso à educação e sustentabilidade em locais distantes.

Para funcionar, a escola precisa apenas de energia solar. A Solar Powered Internet School é totalmente autossuficiente e agrega a tecnologia renovável e acesso à internet. O CEO da Samsung Eletronics Africa, KK Park, explica que ao levar estas ferramentas para comunidades remotas a empresa contribui para que se crie um ambiente em que o processo de aprendizado será facilitado.

A construção da escola foi feita dentro de um container de aproximadamente 12 metros de comprimento. O projeto foi desenvolvido para ser resistente a possíveis adversidades climáticas. Os painéis solares são capazes de alimentar os equipamentos da escola nove horas por dia e, caso haja extrema necessidade, é possível fazer esta recarrega o dia inteiro, sem luz do sol. O modelo pode ser transportado por caminhões para qualquer local do país.


Na escola há uma lousa eletrônica de 50 polegadas, diversos notebooks, netbooks e tablets da Samsung, conexão Wi-Fi, internet 3G e o ambiente ainda possui refrigeração. Entretanto, o número de beneficiados é restrito, ela atende somente a 21 alunos. "O total de energia gerada diariamente pelas escolas pode torná-las escolas comuns na parte da manhã, um centro de educação para adultos na parte da tarde e, nos finais de semana, um centro comunitário", afirma Park. Com informações do Terra.

FONTE: CicloVivo

Imazon lança O Estado da Amazônia de número 21

O governo do estado do Pará lançou o Programa Municípios Verdes (PMV) com o objetivo de dinamizar a economia local em bases sustentáveis e reduzir o desmatamento. Neste O Estado da Amazônia propomos quatro classes de prioridades para a implementação do PMV: A primeira refere-se aos municípios já inseridos na lista do MMA. A segunda é composta por municípios que apresentam risco de serem inseridos em uma nova versão da lista do MMA. Na terceira, encontram-se os municípios que possuem mais de 60% de sua floresta sem sinais de desmatamento e com potencial para manejo florestal e pagamento por serviços ambientais (PSA). A última classe é representada pelos municípios que possuem menos de 60% de floresta remanescente, e consequente potencial para reflorestamento e recomposição florestal.

03 novembro 2011

SP ganha ponto de ônibus sustentável

A partir de hoje a cidade de São Paulo conta com um ponto de ônibus ecológico e interativo. Trata-se de um “laboratório” montado na esquina da avenida Paulista com a rua da Consolação que, em fase de teste, ficará no local por trinta dias.

Chamado de e-ponto, o sistema terá um climatizador para ajudar a limpar o ar e umidificar o ambiente, diminuindo o desconforto no local. Já a iluminação inteligente será ativada apenas quando for detectada a presença de pessoas no ponto de ônibus. Um painel interativo, com tela sensível ao toque, facilitará a consulta das linhas de ônibus, e a lixeira emitirá som de aplausos quando alguém jogar o lixo no lugar correto.

O ponto também disponibilizará conexão Wi-Fi, mas por enquanto só permitirá o acesso à informações do próprio ponto de ônibus ou informações autorizadas pela prefeitura. Posteriormente, a empresa SPTrans pretende liberar as consultas a outros sites.

O novo modelo prevê que o ponto, recheado de tecnologia, funcione de forma independente da rede de energia da Eletropaulo. Além de painéis solares, um dispositivo no asfalto captará a energia do movimento dos veículos que passarem pela avenida e a transformará em energia utilizável para seus equipamentos, em especial na iluminação noturna do ponto.

A proposta começará na rua da Consolação, mas, após o período de teste, os equipamentos farão rodízio em outras regiões da cidade. No primeiro alvo da experiência, existem câmeras para combater vandalismo. “É um laboratório. Vamos abrir para qualquer interessado em testar inovações”, afirma Douglas Roman, da Superintendência de Tecnologia e Informação da SPTrans.

A Tetis Engenharia e Tecnologia, empresa responsável pelos serviços de tecnologia do projeto, participou do 18º Congresso Brasileiro de Transporte e Trânsito, realizado pela ANTP (Associação Nacional de Transportes Públicos), no Rio de Janeiro, e sugeriu à SPTrans testar um modelo experimental de ponto de ônibus sustentável e interativo, sem ônus à prefeitura nem publicidade no local.

Instituto Ideal lança vídeo educativo sobre eletricidade solar

Com o intuito de esclarecer sobre o funcionamento e benefícios da geração de energia fotovoltaica, o Instituto Ideal lança o vídeo em animação "Tire suas dúvidas sobre a eletricidade solar".

Uma pesquisa de mercado realizada pelo Instituto Ideal no final de 2010 mostrou que, apesar da grande aceitabilidade da energia solar entre as pessoas engajadas ambientalmente, ainda há muita desinformação e confusão sobre o tema. Isto se deve, em parte, pela falta de familiaridade com esta fonte energética, já que são poucos os sistemas instalados no país.
No Brasil, somente agora os primeiros projetos de maior porte começam a ser implementados, o que deve levar a um maior interesse da população pela geração solar. Exemplos são a usina no estádio de Pituaçu, em Salvador, e o projeto Megawatt Solar da Eletrosul, em Florianópolis. Além disso, a ANEEL colocou recentemente em audiência pública uma nova regulação para geração distribuída de energia que prevê a criação de um Sistema de Compensação de Energia.

Este sistema de incentivo, internacionalmente conhecido como net metering, permitirá às pessoas instalarem pequenas usinas fotovoltaicas em sua residência e ganharem créditos em kWh na conta de luz referente a energia que injetarem na rede.

"Globalmente, entre as fontes renováveis de energia, a geração fotovoltaica é a que mais cresce no mundo. Por isso, o Instituto Ideal avalia como fundamental investir em educação sobre o tema para que esta tendência internacional seja também seguida pelo Brasil, com o correto entendimento da população sobre a mesma", afirma o presidente do Instituto Ideal, Mauro Passos.

Junto ao vídeo, o Instituto Ideal se prepara para lançar também uma cartilha educativa, com versões em português e espanhol.


A designer catarinense Carol Rivello foi responsável pelas ilustrações e animação e o áudio foi produzido pela empresa gaúcha Technologica. O vídeo foi desenvolvido com o apoio da Cooperação Alemã para o Desenvolvimento, GIZ e KfW no Brasil.

O Imazon divulga os dados de desmatamento

Em setembro de 2011, o SAD detectou 170 quilômetros quadrados de desmatamento na Amazônia Legal. Esse valor foi equivalente ao desmatamento detectado em setembro de 2010. Desse total, 46% ocorreram no Pará, seguido por Rondônia (24%),  Mato Grosso (17%), Amazonas (9%), e o restante no Acre, Roraima e Tocantins.  Por sua vez, os municípios que mais sofreram com o desmatamento foram Altamira (PA) e Porto Velho (RO).

O desmatamento acumulado no período de agosto de 2011 a setembro de 2011, correspondendo aos dois primeiros meses do calendário atual de desmatamento, totalizou 410 quilômetros quadrados. Houve um ligeiro aumento de 8% em relação ao ano anterior (agosto de 2010  a setembro de 2010) quando o desmatamento somou 380 quilômetros quadrados.

As florestas degradadas na Amazônia Legal somaram 658 quilômetros quadrados em setembro de 2011. Em relação a setembro de 2010 houve um aumento de 33% quando a degradação florestal somou 496 quilômetros quadrados. A grande maioria (79%) ocorreu no Mato Grosso, seguido de longe pelo Pará (15%), Rondônia (5%), e o restante no Amazonas e Acre.

A degradação florestal acumulada no período de agosto de 2011 a setembro de 2011 totalizou 789 quilômetros quadrados. Em relação ao período anterior (agosto de 2010 a setembro de 2010) houve redução de 61% quando a degradação florestal somou 2.040 quilômetros quadrados.

Em setembro de 2011, o desmatamento detectado pelo SAD comprometeu 10,6 milhões de toneladas de CO2 equivalente o que representa um aumento de 10,5% em relação a setembro de 2010.  No acumulado do período (agosto 2011 - setembro 2011) as emissões de C02 equivalentes comprometidas com o desmatamento totalizaram  24 milhões de toneladas, o que representa um aumento de 10% em relação ao período anterior (agosto de 2010 a setembro de 2010).

Em setembro de 2011, a cobertura de nuvens foi reduzida e com isso foi possível monitorar 74% da Amazônia Legal.

01 novembro 2011

Projeto prevê disponibilização de 600 bikes no Rio de Janeiro

A Prefeitura do Rio, em conjunto com a empresa concessionária Serttel e em parceria com o Banco Itaú, iniciou na última sexta-feira (28), o programa Bike Rio. Até 13 de dezembro serão instaladas 60 estações de aluguel de bicicleta em 14 bairros da cidade. Para marcar o início do programa, foram entregues 11 estações em Copacabana: Posto Seis, Sá Ferreira, Miguel Lemos, Cantagalo, Santa Clara, Dias da Rocha, Serzedelo Correia, Siqueira Campos, Copacabana Palace, Cardeal Arcoverde e Princesa Isabel.

O projeto foi idealizado pelo apresentador Luciano Huck, que participou de seu lançamento ao lado do prefeito da cidade, Eduardo Paes. Ele contou que a ideia surgiu no ano passado, após uma viagem para a Europa. "Quando retornei, liguei para o prefeito e falei: 'temos que fazer um projeto igual a esse aqui no Rio'. Como tenho uma relação com o pessoal do Itaú, liguei para eles falando sobre o projeto. Moro nessa cidade há 11 anos, e tenho visto in loco que de fato a bicicleta é um meio de transporte."

Para Angelo Leite, presidente da Serttel, valorizar a bicicleta como meio de transporte sustentável é o principal objetivo do projeto Bike Rio, contribuindo para a redução dos engarrafamentos nas áreas centrais das cidades e para a integração com outros meios de transporte. "Vale destacar também que a bicicleta foi eleita pela Organização das Nações Unidas (ONU) como o transporte ecologicamente mais sustentável do planeta e o seu uso no dia a dia colabora para a diminuição da poluição nos grandes centros urbanos”, afirma.

A partir de dezembro, 600 bicicletas estarão disponíveis em pontos estratégicos nos bairros de Botafogo, Catete, Centro, Copacabana, Cosme Velho, Flamengo, Gávea, Humaitá, Ipanema, Jardim Botânico, Lagoa, Laranjeiras, Leblon e Urca. Alimentadas por energia solar, as estações e as bikes estarão à disposição dos usuários todos os dias da semana, das 6h às 22h. Para usar o sistema compartilhado, é preciso se cadastrar no site e adquirir o passe Samba, podendo optar pela mensalidade de R$10,00 ou pela diária de R$5,00, sem a necessidade de pagar qualquer valor adicional. Também é necessário se atentar às seguintes regras: a bicicleta pode ser usada por 60 minutos ininterruptos e quantas vezes por dia o usuário desejar desde que, após os 60 minutos, estacione a bicicleta em qualquer uma das 60 estações por um intervalo de 15 minutos.

As estações são interligadas por sistema de comunicação sem fio, via rede GSM e 3G, permitindo que estejam conectadas com a Central de Controle Samba 24 horas por dia, a fim de monitorar em tempo real toda a operação do sistema, garantindo a melhor distribuição das bicicletas nas estações. Além disso, haverá atendimento aos usuários via celular e call center, sendo que para destravar as bikes, deverão realizar uma ligação do telefone celular ou interação pelo aplicativo para smartphones.

O projeto também contará com oficina de manutenção para montagem e recuperação dos equipamentos e veículos especiais para distribuição das bicicletas, que são desenvolvidas pela Samba Transportes Sustentáveis e tem fabricação 100% nacional. As bikes pesam em torno de 15 quilos, possuem quadro em alumínio com design diferenciado, três e seis marchas, selins com altura regulável, guidão emborrachado, acessórios de sinalização, sistema de identificação e trava eletrônica.

O projeto Bike Rio faz parte do objetivo estratégico da prefeitura de incentivar o uso da bicicleta como transporte alternativo e foi idealizado para que os usuários possam percorrer trajetos utilizando a bicicleta no percurso completo ou integrando com outros meios de transporte. Atualmente o Rio de Janeiro tem 150 quilômetros de ciclovia, mas a intenção da prefeitura é chegar a 300 quilômetros até o final de 2012.

Informações no site www.movesamba.com.br

31 outubro 2011

Novo Maracanã já nasce velho

André Trigueiro*
 
O projeto do novo Maracanã confirma a exclusão de um item absolutamente importante para que qualquer projeto de engenharia do gênero possa ser chamado de “moderno e sustentável”. Apesar do variado cardápio de estádios de futebol espalhados pelo mundo com aproveitamento energético do sol, a caríssima obra de reconstrução do Maracanã – quase 1 bilhão de reais – ignorou essa possibilidade.

Estranho que isso tenha acontecido num país onde o sol brilha em média 280 dias por ano. Ainda mais estranho que isso tenha acontecido na cidade que sediou a Rio-92, que vai sediar a Rio+20, e que está situada na mesma faixa de exposição solar que Sidney, na Austrália, que se notabilizou por realizar os primeiros Jogos Verdes da História, inteiramente abastecidos de energia solar.

Cobri como jornalista os Jogos de Sidney em 2000 e lembro-me das imensas estruturas com placas fotovoltaicas que captavam energia solar para iluminar as competições no estádio olímpico, no Superdome e em todas as instalações esportivas. A Vila Olímpica com 665 casas se transformou no maior bairro dotado de energia solar do planeta. O porta-voz do Comitê Olímpico Internacional, o australiano Michael Bland, justificou assim os investimentos em energia solar: “Queremos fazer com que a energia solar se torne popular em todos os países. É ridículo que, na Austrália, todas as casas não usem um captador de energia solar. Temos os telhados, temos o sol, e os desperdiçamos. É um jeito estúpido de levar a vida”.

Que estupidez a nossa desperdiçar a imensa área das marquises do novo Maracanã – quase 29 mil metros quadrados – que poderiam abrigar um vistoso conjunto de placas fotovoltaicas capazes de gerar energia elétrica para até 3.000 domicílios. O custo varia de dez a vinte milhões de reais, dependendo da tecnologia empregada. Alguém poderá dizer: “É caro demais! Não vale a pena”. Mas será que a forma usual de comprar energia está valendo a pena?

Vivemos num país onde, segundo o IBGE, a tarifa de energia elétrica subiu mais do que o dobro da inflação oficial nos últimos 15 anos. A opção pelo solar – embora mais cara – oferece como vantagem a amortização do investimento em alguns poucos anos.

Alguém poderá dizer que a nova marquise – mais leve – poderia não suportar as tradicionais placas fotovoltaicas. Pois que se pensasse numa estrutura compatível. O que está em jogo é a possibilidade de tornar o estádio útil mesmo em dias que não aconteçam partidas de futebol. O Maracanã poderia ser uma usina de energia – ainda que com potência modesta – que além do benefício direto de gerar eletricidade, funcionaria também como elemento indutor de mais pesquisas e investimentos em energia solar no Brasil.

E quem disse que o custo de instalação de um projeto como esse só seria possível com recursos públicos? Se houvesse vontade política para promover inovação tecnológica no setor energético usando o novo Maracanã como garoto-propaganda, seria perfeitamente possível sondar o interesse de grandes empresas com know-how em energia solar que aceitassem instalar os equipamentos fotovoltaicos a custo zero, sem ônus para o governo. E o que essa empresa ganharia em troca? O direito de explorar a imagem do Maracanã como “estádio solar” graças à tecnologia oferecida pela empresa.

Alguém duvida que a imagem aérea do estádio tanto na Copa de 2014 quanto nas Olimpíadas de 2016 alcançará bilhões de telespectadores pelo mundo? É mídia espontânea, super-exposição positiva de imagem, e tudo aquilo que um bom negociador não levaria mais do que alguns minutos para convencer o investidor a botar a mão no bolso e bancar a ideia.

Com recursos públicos ou privados, o certo era fazer. Não basta instalar alguns coletores solares para aquecer a água do banho usadas pelos atletas nos vestiários. É pouco. Se os responsáveis pelo projeto do Maracanã marcaram um gol contra desprezando o sol, os estádios de Pituaçu, em Salvador, e Mineirão, em Belo Horizonte, terão a energia solar como aliada para a produção de energia elétrica. Acorda Rio! Maracanã sem energia solar é como o Rio sem praia. Infelizmente os cariocas continuarão usando o sol apenas para se bronzear.Símbolo da sustentabilidade por suas belezas naturais e por sediar grande conferências ambientais da ONU, o Rio de Janeiro continua com um Maracanã aquém do que merece.

*Este artigo foi publicado no jornal O Globo, 27/10/11
http://www.mundosustentavel.com.br/2011/10/novo-maracana-ja-nasce-velho/