12 setembro 2011

Biocombustíveis: alternativa eficiente

por Aline Mabelini

Estudiosos têm afirmado que a humanidade não poderá contar com os combustíveis fósseis por muito tempo. Resultado da decomposição de organismos - quando as reservas atuais acabarem será preciso esperar milhões de anos até se formarem poços novos -, estes combustíveis causam grandes desequilíbrios ao meio ambiente por serem
extremamente poluidores.

Diante desta problemática, os biocombustíveis estão cada vez mais em alta. Fabricados a partir de produtos agrícolas como cana-de-açúcar, mamona, milho e outros, seu índice de poluição é bem menor se comparado aos combustíveis derivados de petróleo.

De acordo com especialistas, esta fonte de energia é uma alternativa relativamente eficiente e proporciona ganho ambiental para todo o planeta. Também contribui para a diminuição de diversos problemas relacionados à emissão de gases e, assim, combate o efeito estufa. Porém, para um resultado satisfatório é preciso que haja uma substituição do uso dos combustíveis fósseis pelos biocombustíveis, ação que deve ser realizada gradativamente já que, conforme estudos, até 2050 o petróleo deve acabar.

Uso na aviação

A aviação é responsável pela emissão de 2% de gás carbônico e de 3% de todos os tipos de gases de efeito estufa (GEEs) e, se nenhuma ação for tomada, deve triplicar esses números até 2050.

De acordo com Guilherme Freire, diretor de estratégias em meio ambiente e tecnologias da Embraer, a aviação emitiu 628 milhões de toneladas de gás carbônico em 2010, e as projeções indicam que as emissões chegarão a 1,4 bilhão de tonelada em 2030, dependendo do cenário de crise ou crescimento econômico.

O processo é gradativo, pois o uso de biocombustível eleva o preço do avião já que qualquer alteração

substancial em sua configuração ou em seu motor gera impactos, principalmente na questão de segurança. Assim, para evitar o aumento dos custos, é necessário obter biocombustíveis que possam ser misturados ao já utilizado e que não precisem de infraestrutura específica e diferenciada para serem utilizados, ou seja, que não requeiram mudanças no físico dos aviões.

"Apesar da elevação das emissões, a aviação evolui tecnologicamente para reduzi-las, principalmente no que se refere ao aumento da eficiência dos combustíveis", explica Freire. A meta global do setor é reduzir 50% das emissões até 2050.

Ecofrota aponta resultados em São Paulo

Desde fevereiro deste ano a capital paulista conta com a Ecofrota de 1.200 ônibus, que utiliza 20% de biodiesel. O combustível B20 é misturado como o diesel que já é utilizado e representa a redução de 22% dos poluentes.

Além disso, a cidade recebeu 50 ônibus a etanol em maio. Produzidos pela Scania, pioneira no desenvolvimento de motores a etanol, as emissões destes veículos podem chegar a 90% se comparada aos ônibus movidos a diesel.

Apesar de mais limpa, a tecnologia é também mais cara. Esses veículos custam R$ 400 mil, R$ 100 mil a mais do que os que andam com diesel e consomem mais: rodam 1 km com um litro de combustível, sendo que os ônibus a diesel fazem o dobro. A grande vantagem é que poluem menos já que emitem menos material particulado, a fumaça preta que sai do escapamento, e até 90% menos dióxido de carbono, um dos principais responsáveis pelo aquecimento global.


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