25 agosto 2011

Animais e plantas tentam se proteger do aumento das temperaturas globais

por Aline Mabelini

De acordo com pesquisa realizada na revista Science pela Universidade de York, Reino Unido, a cada década as espécies se mudam para altitudes 11 metros maiores e rumam mais 16,9 km em direção aos polos, ritmo duas a três vezes maior de "retirada rumo ao frio" do que o verificado por pesquisas anteriores.

Coordenado por Chris Thomas e I-Ching Chen, o estudo também é o primeiro a constatar que a fuga tem correlação com o nível de aumento da temperatura na região habitada pelos animais e plantas em retirada. De acordo com os estudiosos, quanto mais uma região do globo esquentava, mais longe ou mais alto as espécies afetadas fugiam, já que tanto a proximidade dos polos quanto as altitudes mais elevadas ajudariam os animais e plantas a encontrar climas mais frescos.

Além disso, os pesquisadores afirmam que mais estudos serão necessários para entender o que a mudança forçada significará para o destino das espécies, pois o estudo realizado levou em consideração, principalmente, criaturas que vivem em regiõestemperadas. Apenas áreas da Malásia e de Madagáscar representam as regiões tropicais do globo e entender a dinâmica da mudança de espécies para regiões mais frias não é uma tarefa tão simples. O ritmo não é uniforme por causa das características de cada animal ou planta e por peculiaridades do terreno de cada região.

O estudo da Universidade de York mostra que 22% das espécies estudadas foram para mais perto do Equador em vez de se afastar dele, e 25% foram para áreas mais baixas, e não mais elevadas. No geral, cerca de três quartos das espécies estudadas mostraram algum movimento rumo a áreas mais altas e mais frias, embora também haja casos de plantas e animais indo na direção oposta, ou "estacionados", afirmam os pesquisadores.

Nesses casos, pode haver uma encosta mais baixa, porém voltada para o polo Norte ou Sul, queseja mais fresca do que outra mais alta. Ou então alguns animais e plantas não conseguem viajar para muito longe por causa de barreiras geográficas - como um rio largo, por exemplo - e quando o fazem, não encontram habitat adequado neste local por algum outro motivo, como
desmatamento, levando à extinção destas espécies.

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